terça-feira, 14 de janeiro de 2014

***Retrato do Brasil: Homem ajuda população carente com ônibus “especial” no Pará***

AGRADECIMENTO:SITE DE ZERO A CEM
O Brasil é mesmo um país de extremos, onde o que parece péssimo acaba sendo ótimo para muita gente. Embora o nível de pobreza da população tenha diminuído nos últimos 10 anos, ainda vemos situações que chamam a nossa atenção pela precariedade. Vejam o caso desse ônibus “especial” das fotos. Nas grandes cidades, ele teria dificuldades para rodar – se é que poderia. Mas, em Xinguará, no Pará, ele roda e ajuda muito nos deslocamentos de diversas pessoas do município, sendo essencial para o dia a dia delas. Muito espirituoso, o dono do ônibus prefere ficar longe de encrenca e brinca que seu veículo tem até pneus vindos da Fórmula 1!
Só mesmo o bom humor do dono do ônibus, que preferiu não passar o seu nome, para tornar essa situação quase trágica num ato nobre. Quem me enviou as fotos e conheceu o veículo do perto foi o meu grande amigo Walber, que trabalhou em Xinguará por alguns dias. Com cerca de 41 mil habitantes, a cidade está localizada na região sudeste do Pará, próximo à divisa com o Tocantins.
Quando ouvi que o ônibus tinha “pneus de Fórmula 1″, logo achei que seriam os lisos, para correr em pista seca – ou seja, “carecas”. Mas, na verdade, seus pneus têm sulcos para pista molhada – mais adequados para rodar nas belas estradas brasileiras, cheias de buracos e de terra, como nas imagens.
O “ônibus especial” já perdeu toda a sua “saia esportiva” da Fórmula 1, facilitando a travessia de terrenos ainda mais acidentados e conta com um retrovisor lateral e com apenas um farol dianteiro funcionando – o outro não existe. O para-brisa também não está lá, mas quase todas as janelas estão presentes. Seu único opcional é a “traseira tapume de madeira”.
Por dentro, o veículo tem cerca de 10 bancos para transportar a população carente. A carga vai espalhada pelo assoalho, enquanto o luxo fica por conta de algumas cortinas.
Curiosamente, esse ônibus pode circular até um lado de uma determinada ponte de chegada da cidade. Caso ele cruze para o outro lado, o seu dono resume o que pode acontecer: “se passar, o ‘pessoal’ do lado de lá compra o meu ônibus. Mas eu não vendo”!
Embora o estado do ônibus seja deplorável, colocando seu ocupantes em risco, a bondade de seu dono em transportar a população carente merece aplausos.



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